quarta-feira, 6 de julho de 2011

De arrepiar.

Fui ficando alheia. Laqueada para certas coisas, certas pessoas. Fui me arremessando no que a vida foi dando, deixando de sentir o que ela ia tirando. Sempre descartando, sabe? Esquecendo que é preciso conservar pessoas, guardar sentimentos... Até que só consegui enxergar em mim uma pessoa vazia, ainda que cheia. Vazia de ti. Cheia da falta que sentia. Cheia da amargura que era caminhar sem olhar para trás. Sem se quer dizer adeus. Fui acumulando lágrimas, ainda que me sentisse seca. E sabe o que mais machuca? É ver que não vou mudar. É ver que não quero mudar, porque todo este drama absurdo que se tornou meu viver me fez querer continuar vivendo. Pisando no que me tornei e abrindo estas todas feridas que nunca se cicatrizam. Por minha culpa apenas. Porque as vivo rasgando, cutucando, tirando a casca. A dor vicia, Amor. E me transformei nesta pessoa que sorri para as borboletas, mas que faz cara feia para as pessoas. Transformei-me em espinho, diante de todas as flores. Sou toda errada me sentindo a certa, entendes? Privei-me de ti, de mim. Do que acreditava que poderia me fazer melhor, do que me completaria diante de tantos pedaços partidos. Mas está tudo bagunçado, confuso. Já me perdi nestas palavras tão conhecidas, dolorosas e olhes tu, aí. Sem ainda conhecer o que se passa em meu peito. Sem conhecer o que está quebrado, ainda que não possa concertar. Mas lhe perdoou. Perdoou-lhe porque é amor e por ser amor, mantenho-te por perto, apesar da mania de sempre querer me curar as feridas.

2 comentários:

Laryssa Machado disse...

Adorei o post, pois me identifiquei.
As vezes com tantas decepções vamos nos tornando em pessoas vazias, sem sentimentos, e isso não é bom
:(

Felipe Sali disse...

Perdoar é o certo?

Tu que sabes...