sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Por não saber viver.


Há algum tempo, dediquei uma boa parte dos meus dias, para descrever e relatar toda uma história que se passava dentro de mim e que me afetava de uma maneira inexplicável. Cada detalhe, cada passagem e sorriso dos personagens foram descritos, colocados naquele papel como uma forma de eternizar, de mostrar ao mundo, uma história de dor, talvez de amor, mas acima de tudo, de entrega. Por que eles se entregaram e sofreram, amargamente. Mas amar é isso, verdade? O mar de rosas também se seca. E esses personagens, amantes, pensavam demais no futuro e se esqueciam de viver o presente. O conto de fadas foi se tornando realidade e quando eles decidiram abrir os olhos, viram seus reflexos mudos através dos espelhos e vidros das janelas. Eles viraram sombras. Lembranças cegas do que eu tinha vivido e guardado em lugares inexistentes

Por não saber viver, dei a vida para eles. Por não saber viver, os fiz se perderem e me levei junto. Agora os espelhos se quebraram e as janelas estão sujas. Já não os vejo. Já não me lembro. De nada.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Sentir e talvez não ser.

Olho-me no espelho não sei mais se sou quem vejo.

Às vezes sinto-me como uma criança, com uma vida muito dolorosa. Sem poder aproveitar a infância e a falta de responsabilidade sentida nessa idade.
Sinto-me pequeno perto dos problemas adquiridos por mim até então.
Pareço tentar resolver os problemas de todo mundo.
Criando conceitos de vida. Buscando melhorar aquilo que todos os grandes já não se importam mais.

Porém, às vezes, sinto-me como um adulto querendo brincar, esquecendo a responsabilidade e os problemas.
Afrouxando a gravata, como se tudo fosse brincadeira, e nada realmente importasse.
Vejo-me brincando como criança, rindo das coisas mais bobas. Rindo das coisas mais sem sentido.
Tentando largar todo o dinheiro, por um momento de alegria. Por um momento de verdade com as pessoas queridas.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Do passado.

Perguntei-me se encontraria alguém que me pudesse fazer sorrir na dor. E encontrei antes mesmo de obter uma resposta. Me fez sorrir. Sim. Mas também foi o que causou a dor, então, era você a pessoa certa? Talvez sim e sinceramente, espero que tenha sido. Nunca sofri tanto, mas nunca sorri dessa maneira. Você sempre foi bom em tudo. Para o bem e o mal. Eu deveria ter te agradecido por ter-me feito tão completa. Por ter feito as coisas reais e maravilhosamente intensas. E conheci todos os meus limites ao seu lado e olha, se não fiz o que você esperava, no fim, fiz o que precisava. Fiz o que devia. Por que você sabe, palavras nunca foram nosso forte. Você nunca precisou perguntar o que estava acontecendo e isso só foi uma das melhores coisas entre nós. Mas acabou. Eu não desisti da maneira que precisava, mas eu disse aquelas três palavras... O número de vezes que eu era capaz.

Não. Me. Deixe.
Você fez seu melhor em não se importar.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Hoje isso dói

O meu egoísmo me consome. Mas não aquele egoísmo comum entre todas as pessoas, e sim esse egoísmo comum em cada metade.
Não tenho ciúmes dos meus objetos, da minha vida, ou então, da minha mente.
Tenho ciúmes de cada inteiro que faz com que eu me sinta bem.
Mesmo não podendo tê-los em cada momento que respiro, eu os quero com tanta intensidade, que acabo ficando desesperado em mim mesmo.
Sim, me sinto só, apenas por ser metade. Por estar aqui sozinho do outro lado dos pensamentos alheios. Por nem sempre ter quem eu quero ao meu lado.
Respiro todo esse ar denso, olho para o fundo dos pensamentos e lembro-me de quem eu menos queria ao meu lado, e hoje é quem mais faz falta em minha vida.
Pego-me pensando em ti, por horas, todos os dias, de cada eternidade.
A falta que tu faz para mim hoje, é a maior e mais sincera dor já sentida por esse alguém.
Um qualquer desiludido da falta que alguém lhe faz.
Da falta que tu fizestes em mim.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Ganhar ou perder.

Às vezes eu fujo. De mim. Dessas todas palavras acolhedoras e sinceras. Vindas da saudade e da vontade de dizer mais uma vez que eu tentei, coração. Tentei me manter longe do que te faz bater tão rápido. Do que te faz parar e do que te esmaga. E me cansei de correr. Meus pés estão inchados e já não tenho mais fôlego. Quero me sentar e respirar. Quero parar de pensar e ainda quero poder sorrir com esse amontoado de lembranças boas. Ruins.