domingo, 10 de abril de 2011

De todo o meu medo.

Tenho esse medo de não ter sido suficiente. Tenho esse medo de olhar e não ver, de falar e não se ouvir. É medo dos sentimentos, das palavras. É medo de gestos esquecidos, esperados. Eu tenho medo de ter tanto medo, de só ter vontade de me deitar, vontade de fechar os olhos e somente imaginar a vida como eu realmente quero. Tenho medo de não querer mais sorrir e nem ter lágrimas suficientes para chorar.
É tanta a dor, que eu já tenho medo da falta dela. Medo de não ter mais nada [ninguém] em que me agarrar, pois eu sempre precisei de um motivo para seguir em frente. E eu tenho medo de perder as poucas pessoas que me preenchem um pouquinho. Tenho medo da falta de conversa, da falta de união com aqueles que me colocaram neste mundo. Mas tenho um medo ainda maior de poder dizer tudo isso que às vezes me atrevo a colocar em um papel.
Eu confesso: metade de mim tem medo das minhas próprias ações, pensamentos. Sei que gosto do meu lado sombrio e que me dói todas as vezes que provoco mágoa ou decepção, mas é só mais uma parte de mim. E me desculpe, mas ainda tenho esse medo aqui dentro. Medo de gritar, medo de me jogar, me entregar. Tenho medo de dizer não, de dizer o sim. Tenho medo de sentir medo e viver assim é difícil, mais ainda do que o medo da morte. Por isso, por contraditoriamente amar todo esse medo, continuo vivendo. Vivendo e me machucando, à medida que caio, à medida que me perco... Que te perco. À medida que tenho medo de amar e ainda amo, com tudo que tenho.

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